CDL Santa Maria

Novo Calçadão? Obras no coração do comércio ganha status de reconstrução total. Entenda:

Lojistas do Calçadão reuniram-se na noite da última terça-feira (20), na sede da CDL Santa Maria, a convite da presidente Marli Rigo e do presidente do Sindilojas Região Centro, Ademir José da Costa. Em pauta a obra do Calçadão, cujo projeto fora apresentado pelo prefeito Jorge Pozzobom no final do mês de abril.

A obra, que tinha contornos de revitalização arquitetônica e início previsto para 31 de julho, mudou de patamar nos bastidores entre Prefeitura e construtora responsável. A conclusão é de que não seja possível realizar reformas superficiais sem mexer na estrutura do local, o que consiste em “fazer um Calçadão novo”, como se referiu o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação, Ewerton Falk, que representou a Administração Municipal no encontro.

Dos R$ 700 mil destinados para a revitalização, que previa um novo calçamento, bancos, iluminação, equipamentos urbanos e paisagismo, com a reestruturação o valor passa a R$ 1,7 milhões. Isso consiste em reformular as galerias por onde passam as tubulações de água, esgoto, energia, reforçar as bases para refazer o sistema de recolhimento de água da chuva, impedindo que os empreendimentos do local não sofram mais com alagamentos. A provocação partiu da própria construtora responsável pelo projeto que prevê riscos em trabalhar numa revitalização em um terreno que possa não estar preparado para recebê-la.

O ônus está no tempo

De todos os detalhes que envolvem a reconstrução do Calçadão, aquele que mais preocupa os lojistas é o tempo. Isso porque com as alterações no projeto, ele precisa passar por novos trâmites legais e aprovações. O que torna a data de início das obras numa incógnita. Com um prazo aproximado de três meses para conclusão, existe o risco de o Calçadão estar em obras no mês de dezembro, prejudicando o principal período do comércio no ano. A decisão de iniciar a obra imediatamente após as liberações ou esperar janeiro para começar dividiu os lojistas. Assim, uma nova reunião será realizada assim que houver informações concretas sobre a aprovação do projeto para então a decisão ser tomada em conjunto. Mas uma coisa é certa: com o novo projeto, as galerias passariam ao centro do Calçadão, o que permitiria o trânsito livre de pessoas pelas laterais, garantindo um melhor acesso da população às lojas e prédios residenciais.

De onde vem o recurso

O novo Calçadão será realizado através de uma Parceria Público/privada (PPP). Trata-se da contrapartida que a construtora responsável deve ao Município por um empreendimento iniciado no Bairro Camobi. A lei prevê que obras de grande porte devem ter um retorno em área verde. Mas a Prefeitura buscou, junto ao Ministério Público e Tribunal de Contas, a liberação para que haja mudanças no objeto final daquilo que é repassado. O novo Calçadão será o primeiro “case” desse tipo de contrapartida na cidade.

Texto e Fotos: Guilherme Bicca