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“Consumidor ultradinâmico” é responsável por novas macrotendências de consumo, aponta pesquisa

Uma pesquisa realizada pela WGSN, empresa especializada em análises e previsões de tendências de mercado, aponta que em 2020 começa a caminhada definitiva em que os consumidores serão os verdadeiros responsáveis por mudanças significativas no mercado.

Isso porque eles estão cada vez mais exigentes e atentos contra antigos padrões e valores, o que acaba fomentando novos formatos de negócios e determinando novos direcionamentos de estratégias a diversas empresas globais. A pesquisa chama esse novo perfil de “consumidor ultradinâmico”.

A pesquisa aponta que o “consumidor ultradinâmico” traz seis macrotendências por trás dessa mudança de comportamento. São elas: compras realizadas com dispositivos móveis, conexões humanas; confiança nas marcas; preocupações climáticas; envelhecimento populacional; e economia do compartilhamento. Trata-se de um consumidor que mapeia e estuda as marcas, querendo inclusive saber sobre os modelos de negócios quando esses são capazes de impactar a sociedade.

Entenda melhor cada uma das macrotendências

Compras realizadas com dispositivos móveis: uma nova sociedade, norteada pelo uso de smartphones, já acontece. E essa sociedade quer consumir através desses dispositivos móveis, sem interações desnecessárias. Uma pesquisa realizada pela agência YouGov mostra que 44% dos jovens entre 18 e 24 anos se sentem mais à vontade ao conversar com uma pessoa via redes sociais do que pessoalmente. Isso mostra a direção para onde caminhamos e os varejistas precisam estar preparados para vender pelo celular.

Conexões humanas: na contramão das compras sem interação, a conexão humana pode ser um diferencial ofertado por empresas que possam oferecer experiências capazes de fazer o consumidor se sentir mais humano e menos isolado.

Confiança nas marcas: confiança é um termo recorrente entre consumidores. O advento das fake news fizeram com que as pessoas questionem cada vez mais o que é ou não real. Isso faz com que as empresas precisem desenvolver estratégias capazes de aumentar a confiança, já que ela é um importante fator de estímulo ao consumo.

Preocupações climáticas: existe uma ansiedade generalizada acerca do clima, além de um anseio em limitar os danos causados ao planeta em função das mudanças climáticas. Essa combinação de sentimentos do consumidor exige que os varejistas mudem seu ponto de vista não só a respeito do que é comercializado, mas também insumos de apoio, como sacolas, copos de café e garrafas d’água, oferecidos aos clientes.

Envelhecimento populacional: os consumidores estão vivendo mais e existe um mercado inteiro de bens e serviços que há algumas décadas não eram comercializadas simplesmente porque os consumidores para isso já não estavam mais vivos para isso. Isso reflete nos 85% de consumidores com mais de 55 anos que dizem não ser entendidos por sua marca preferida. Na contramão, são essas pessoas que detém maior poder de consumo. No Reino Unido, 43% do total gasto em bens de consumo são de pessoas acima de 50 anos. Assim, varejistas podem ficar atentos a esse mercado e pensar não só no que vender a essas pessoas, mas também como vender e o que fazer para melhor recebê-los. Entendê-los é um primeiro passo.

Economia do compartilhamento: “ter” passou a ser menos interessante do que “ser”, “viver” e “experenciar”. As pessoas estão deixando de comprar para ter experiências. Grandes empresas entendem isso como grande tendência e já trabalham para se adaptar a essa nova realidade de que não basta mais ter um produto para oferecer. A primeira adaptação visa substituir a necessidade de possuir pela vontade de comprar pelo prazer da experiência. A outra condiz com o momento global em que as pessoas se sentem cada vez mais ansiosas, desconectadas e isoladas, tendo como desafio criar produtos e/ou experiências capazes de gerar valor à vida do consumidor e, claro, que também possam ser compartilhados nas redes sociais.

Texto: Guilherme Bicca

Foto: Freepik